O que é escoliose neuromuscular?
A escoliose neuromuscular ocorre em indivíduos com doenças que impedem o controle da musculatura da coluna.
A escoliose neuromuscular ocorre em indivíduos com doenças que impedem o controle da musculatura da coluna.
Dentre as doenças mais comuns podemos citar:
NEM TODOS OS PORTADORES DE DOENÇAS NEUROMUSCULARES DESENVOLVEM ESCOLIOSE.
O desenvolvimento e gravidade da escoliose depende do grau de acometimento da doença de base. Aqueles dependentes de cadeira de rodas possuem maior chance de apresentar curvas maiores.
Doença Neuromuscular | Incidência de Escoliose |
---|---|
Paralisia cerebral (envolvimento de 2 membros) | 25% |
Mielomeningocele (nível lombar baixo) | 60% |
Atrofia muscular espinal | 67% |
Ataxia de Friedreich | 80% |
Paralisia cerebral (envolvimento de 4 membros) | 80% |
Atrofia muscular de Duchenne | 90% |
Mielomeningocele (nível torácico) | 100% |
Trauma raquimedular (nível torácico < 10 anos de idade) | 100% |
Nos indivíduos que conseguem andar, assimetrias na altura de ombros e na linha da cintura e diferenças visíveis nas costelas são sinais que podem ocorrer, semelhantes à escoliose idiopática do adolescente.
Nos cadeirantes, além das alterações mencionadas acima, deve-se ficar atento a desvios posturais na cadeira de rodas, aparecimento de úlceras de pressão, uso dos membros superiores para se equilibrar, dificultando atividades de vida diária.
A confirmação da escoliose é realizada com exames de imagem adequados. Radiografias panorâmicas nas incidências póstero-anterior e perfil devem ser realizadas com o paciente em pé sempre que possível. Caso não seja possível, as imagens devem ser realizadas em posição sentada.
A ressonância magnética pode ajudar na investigação de alterações medulares.
Os pacientes com escoliose neuromuscular são considerados complexos, devendo ter uma atenção de diversos profissionais da saúde (abordagem multidisciplinar):
O tratamento deste tipo de escoliose depende da idade do paciente, da doença de base e da gravidade da escoliose.
Modificações na cadeira de rodas.
Ajustes para acomodar obliquidade pélvica, colocação de coxins e apoios laterais podem ajudar a manter o equilíbrio na cadeira de rodas.
Recomendado para alguns pacientes cadeirantes para melhorar o posicionamento e estabilidade nos pacientes cadeirantes, permitindo maior independência dos membros superiores.
O colete não impede a progressão da escoliose.
Pacientes que deambulam podem ter mais desequilíbrio com uso de colete, principalmente se tiverem alterações respiratórias, alterações de equilíbrio ou fraqueza muscular.
Pode ser utilizada para melhorar o desequilíbrio muscular e melhorar a função destes pacientes.
A definição de tratamento cirúrgico em pacientes não comunicantes é extremamente difícil e deve levar em consideração a avaliação dos pais e cuidadores e os seguintes critérios:
Os objetivos do tratamento cirúrgico incluem:
A artrodese da coluna vertebral é a técnica mais utilizada no tratamento da escoliose neuromuscular. Tem como objetivo fundir os segmentos operados, através da colocação de enxerto ósseo. Neste tipo de procedimento cirúrgico, há necessidade do uso de implantes metálicos como parafusos e hastes. Deve ser realizada em pacientes que já tiveram sua maturação pulmonar, pois uma vez realizada, impede o crescimento da coluna no seu segmento operado.
A técnica bipolar é uma técnica de correção menos invasiva para deformidades da coluna vertebral.
São utilizados pontos de fixação nas extremidades das curvas e colocação de hastes que permitem o crescimento da coluna em pacientes ainda imaturos esqueleticamente.
Esta técnica é nova e tem demonstrado resultados promissores com menores taxas de sangramento durante a cirurgia, menor tempo cirúrgico, menos dias de internação hospitalar e menos custos de tratamento.
Em pacientes esqueleticamente imaturos, deve-se preservar o crescimento da coluna torácica para que o pulmão possa completar seu desenvolvimento.
A técnica de growing rods permite que a coluna continue crescendo tendo hastes metálicas como guias. A cada 6 ou 8 meses há necessidade de alongamentos cirúrgicos das hastes, permitindo que a coluna cresça.
Ainda não dispomos no Brasil do sistema de alongamento por aparato eletromagnético, que dispensa um procedimento cirúrgico para alongamento das hastes.
Há mais complicações esperadas no tratamento cirúrgico da escoliose neuromuscular, comparado com as escolioses idiopáticas.
Complicações com fechamento de feridas (deiscências), infecção do local cirúrgico, complicações pulmonares e até mesmo óbito tem maior incidência nesta população. Entre em contato e agende uma consulta